Bananas que eram jogadas fora por amassarem durante o transporte viram guloseima que vem ganhando mercado no Pará. Cerca de três anos atrás, Maria Ferreira Sousa da Cunha ganhava a vida comprando bananas de produtores da região de Trairão (PA), onde mora, e revendendo-as para outras localidades. Boa parte das frutas, porém, era descartada por amassar durante o transporte.
Ao procurar um jeito de aproveitar o que ia para o lixo, ela encontrou um negócio muito mais lucrativo: fritar as bananas e transformá-las em salgado, parecido com batata-chips. Nascia assim a Bananita, que hoje fatura cerca de R$ 300 mil anuais.
A proprietária da empresa, Dona Morenita, criou salgado para aproveitar as sobras das bananas que vendia
“Tentei fritar em uma panela, mas era muito difícil. Deixei a ideia de lado por um tempo até que, meses depois, uma amiga me vendeu uma fritadeira elétrica. Quando testei a produção nela, ficou excelente”, lembra a empresária, conhecida como Dona Morenita.
De início, a iguaria era só para os familiares. Fez sucesso. Foi ideia de uma sobrinha venderem algumas unidades numa escola da região. “No início, mandamos seis. A procura foi aumentando rápido, e cada vez mais pessoas passaram a conhecer o produto.”
Mercado para vender muito mais
O crescimento da demanda fez Dona Morenita abandonar a fritadeira, que fazia no máximo 200 salgados ao dia, e ir até Manaus comprar quatro máquinas de fritar. “Hoje eu faço até 1.200 por dia com duas máquinas. Ainda não ligamos as quatro porque a oferta de energia na região é limitada”, explica.
O passo seguinte foi deixar de comprar as bananas e plantar a matéria-prima. Entrou, então, numa área que não conhecia – e enfrentou dificuldade. “Tivemos muita ajuda do Sebrae, e isso nos ajudou a superar esta fase. Hoje, temos capacidade para produzir apenas com as bananas que plantamos.”
Dona Morenita vende cerca de 6 mil unidades da Bananita por semana. O processo de produção emprega seis pessoas da família. O salgado é vendido nos municípios vizinhos a Trairão e em Cuiabá (MT) e Santarém (PA). Ela recebe pedidos da capital (Belém) e do Amazonas, mas não tem capacidade de produzir mais por falta de energia.
“Espero conseguir comprar um gerador logo, para colocar todas as máquinas para funcionar. Temos mercado para vender muito mais.”
Fonte: Terra